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Foi construído entre
1792 e 1793 e o seu projecto foi encomendado ao arquitecto português
José da Costa e Silva. Pretendia-se dar à capital um teatro
com um novo espírito, diferente do antigo teatro de corte com
entrada por convite. Neste teatro quem pagava bilhete tinha o seu lugar
reservado. O Teatro de São Carlos é o resultado de uma
homenagem feita a D. Carlota Joaquina. Foi inaugurado a 30 de Junho
de 1793 durante a governação de D. João VI, filho
de D. Maria I. Esta obra inspira-se no Teatro de São Carlos de
Nápoles, embora a fachada se baseie no Scallla de Milão.
É um magnífico edifício, pelo jogo de proporções
e pelo belo equilíbrio conseguido. A fachada principal, sobre
o Largo do Directório, é a única trabalhada e de
uma grande sobriedade que lhe aumenta a nobreza. O corpo central apresenta
um enorme avanço, de pórtico em ressalto para passagem
das carruagens, formando uma varanda na parte superior, com grinaldas
O corpo superior é coroado por uma urna com as armas reais portuguesas.
As suas escadarias são largas e a decoração do
Salão Nobre, tal como os mármores da tribuna, conferem-lhe
um ambiente próximo do barroco.
Possui andar térreo, em aparelho rusticado, austeramente dinamizado
pelo pórtico tripartido de volume saliente, o ritmo linearizante
e repetido das janelas, rigorosamente emolduradas. Neste andar situam-se
o botequim e a bilheteira. A composição do último
andar não inclui quaisquer elementos decorativos que nos façam
erguer o olhar. O edifício surge assim com uma implantação
discreta e horizontal no pequeno largo e estende-se nas fachadas laterais,
com uma pobreza funcional que o faz confundir-se com as construções
urbanas adjacentes. As quatro colunas toscanas adossadas do corpo nobre
são articuladas por uma cornija lisa, que se repete nas molduras
recortadas dos dois andares.
No interior trabalharam artistas importantes como Wolkmar Machado, Manuel
da Costa, Giovanni Appianni e outros. A construção do
Teatro de São Carlos visava substituir o teatro destruído
pelo terramoto no Terreiro do Paço e assim, dinamizar uma nova
zona da cidade de Lisboa: o Chiado, que em contraste com a Praça
do Comércio (o centro financeiro) se tornou o centro de cultura
e lazer.
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