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Lisboa
e os Descobrimentos
Eis aqui, quase cume da cabeça
De Europa toda, o reino lusitano
Onde a terra se acaba e o mar começa.
Lusíadas; Luís de Camóes
Lisboa assume-se no século XIV como porta de entrada para o
Mundo Novo, a passagem para o desconhecido.
Foi porto de abrigo de todas as mulheres que daqui viram partir os seus
homens em nome de uma fé estranhamente dolorosa. Muitas lágrimas
se perderam no Tejo, levando a esperança de Portugal para o mar.
De Lisboa sairam as caravelas e as naus que fizeram cumprir o destino
deste povo voltado para o Atlântico. E com heroísmo transformaram
os monstros que povoavam os mares em correntes e ventos favoráveis
ao engrandecimento do povo português.
As suas caravelas galgaram os tenebrosos mares do Bojador e as suas
naus passaram para lá do cabo das Tormentas, encontrando a história
da África Negra, unindo este novo mundo à Europa. Chegam
também à Índia a ao Brasil, implantando-se em todos
os continentes e desenvolvendo uma imensa revolução comunicativa,
comercial e cultural. Abriram-se novos caminhos para o comércio,
desenvolveu-se a ciência náutica, a construçao naval
e a cartografia.
Na realidade os Descobrimentos elevaram os portugueses à condição
de mensageiros do Mundo. Eles passam a ser os olhos e os ouvidos desse
imenso mundo desconhecido que corajosamente desbravaram e conquistaram.
Foram os heróis portugueses que descobriram os verdadeiros contornos
do globo, traçaram novas linhas e desmistificaram o terror da
existência de seres anómalos e de homens estranhos de paragens
longínquas.
Ana Sofia Rodrigues
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