ONG's Amnistia Internacional - Portugal
Quando
se fala de ONG’s poucos sabem que se trata como a própria sigla
quer dizer, de uma Organização Não Governamental,
ou seja trata-se de uma organização que não depende
dos Governos para que assim não seja dependente, e que tenha uma
actuação isenta.
Um bom exemplo de uma ONG é a conhecida Amnistia Internacional, que é a prova de que pessoas comuns podem trabalhar juntas, com o objectivo de pôr um fim a abusos.
A Amnistia Internacional tem membros activos espalhados por todo o mundo, contando com mais de 1 300 000 membros, assinantes e simpatizantes em mais de 190 países e territórios, e secções nacionais organizadas em 59 desses países.
A Amnistia-Portugal depende como as suas congéneres essencialmente das contribuições individuais e doações dos seus membros e simpatizantes, sendo a independência económica tão vital quanto a independência política. Tal dependência torna o trabalho da Amnistia em Portugal muito difícil, porque sem dinheiro a sua existência começa a ser posta em causa, falando-se mesmo que poderá brevemente a desaparecer a secção portuguesa devido a carências económicas.
Quanto ao trabalho que desenvolve em Portugal, pouco o cidadão português nota, e aí está a lacuna que leva a que não hajam muitas contribuições monetárias.
Poucos sabem que a Amnistia Internacional nasceu em 28 de Maio de 1961 e que a sua criação teve origem numa notícia publicada no jornal inglês Daily Telegraph em que era referida a prisão de dois estudantes portugueses por terem gritado «Viva a Liberdade!» na via pública.
A Amnistia procura oferecer ajuda concreta aos presos que adopta como Prisioneiros de Consciência. Tanto a publicidade que faz à escala mundial com a constante remessa de cartas e apelos são importantes. As missões especiais da Amnistia Internacional frequentemente têm a oportunidade de avistar-se com os prisioneiros; outras vezes, integram médicos para examinar vítimas de tortura. Os grupos médicos da Amnistia Internacional ajudam a assegurar um melhor tratamento aos prisioneiros e, após a sua libertação, ajudam à sua reabilitação.
Mantém um Departamento de Investigação que reúne e analisa as informações procedentes de diversas fontes. Tais fontes incluem centenas de jornais e revistas, relatórios governamentais, transcrições de comunicados radiofónicos, relatos de advogados e de organizações humanitárias, assim como cartas de prisioneiros e de seus familiares.
São vitórias como a de Constantino, que levam todos os membros da Amnistia a acreditar neste projecto:
"Durante anos estive encerrado numa cela estreitíssima; o único
contacto humano que tinha era com os meus torturadores. Durante dois anos
e meio não senti o relance de uma face humana, não vi uma
folha verde. A minha única companhia eram os ratos e as baratas.
A única luz do dia que penetrava na minha cela era através
de uma pequena fenda no topo de uma das paredes. Durante oito meses tive
as mãos e os pés atados. Numa véspera de Natal, a
porta da minha cela abriu-se e o guarda atirou-me um bocado amarrotado
de papel. Arrastei-me o melhor que pude para o agarrar. Dizia simplesmente:
"Constantino, não desencorajes; nós sabemos que estás
vivo". Estava assinado Mónica e tinha impresso o símbolo
da Amnistia Internacional.
Estas palavras
salvaram a minha vida e a minha sanidade. Oito meses depois estava livre."
Paraguai, 1981 - preso
político durante 15 anos.
Depoimentos, como o da mãe de Tâmara, levam milhares de pessoas a juntar-se à causa da Amnistia Internacional:
"Despiraram-na e açoitaram-na
com um chicote de cabedal. Enfiaram-na num barril com água gelada
e mergulharam-lhe a cabeça até quase a afogarem. Ameaçaram
violá-la e chicotearam-na de novo. Repetiram este procedimento quatro
vezes por dia, durante quatro dias".
Tâmara tinha três
anos de idade.
Chile, 1980
P.S. Lamentamos que a
Amnistia-Portugal, até ao fecho da edição não
tenha enviado o seu contributo para esta edição, através
de um artigo sobre o trabalho que esta desenvolve no nosso país.
Paulo Eduardo
Parreira