Lusofonia

Internacionalização da economia portuguesa


  Portugal já não é o que era. Durante a revolução dos cravos um jornalista inglês alegou que somos um país tão pobre que comíamos ervas - "desgraçado" não sabia o que era o caldo verde. Com a economia portuguesa passou-se um pouco o mesmo, fomos vistos como um parceiro pobre da União Económica Monetária sem capacidade de investir ou de internacionalizar a nossa economia. Mais uma vez se enganaram pois, segundo os dados da multinacional de auditoria KPGM, Portugal investiu no estrangeiro 3,3 mil milhões de dólares entre Julho e Setembro do ano transacto, sendo considerado o oitavo país no ranking dos países investidores. Foi um Verão, economicamente quente tendo o investimento directo português no estrangeiro alcançado a bonita soma de 560 milhões de contos tendo tido maior relevância as operações realizadas pela Portugal Telecom e pela EDP na América do Sul - 460 milhões de contos, principalmente no Brasil com a compra da Telesp Celular pela PT e no Brasil e Guatemala com a compra de participações em empresas de energia, por parte da EDP.

   As empresas nacionais têm incrementado e solidificado a sua internacionalização que, apesar de ser um pouco tímida ou receosa, casos de sucesso como Ibermoldes, Pararede, Levira quer de grupos económicos de distribuição como a Jerónimo Martins quer a Sonae conseguiram já estarem representados em diversos países, onde alcançam lugares de destaque.

   O Comércio Externo nacional é, de igual modo, uma vertente não menos importante na internacionalização da economia portuguesa, influenciando decisivamente a estrutura da Economia nacional nos seus tradicionais sectores económicos. Sectores estes, como o vestuário e o calçado, que representam 22% das exportações, a madeira, a cortiça, o papel e pasta de papel com 9.7%, e que revelaram que possuímos uma estrutura tradicional e pouco desenvolvida. Contudo, estou certo que brevemente, irá ser remodelada com a criação de novas empresas que utilizam o nosso recurso mais precioso — o intelecto nacional. É aqui onde sobressaímos, nas mais diversas condições, por esse mundo fora, com a nossa criatividade, inteligência e dinamismo, capazes de realizar as mais diversas tarefas nas condições mais imprevisíveis.

   O famoso "em cima do joelho", como comentou um político holandês, ao revelar, numa conferência internacional, que na sua empresa, quando surgia a necessidade de realizar, com urgência, uma tarefa importante e o tempo escasseava, preferia entregar tal tarefa a um português do que a um holandês!!!

   Não podemos mais ser considerados os parentes pobres da Europa! Temos que ser observados como elementos empreendedores e criativos que, com poucos recursos, fazem milagres na Economia Global e com um cheirinho a marca Lusitana.
 

Bruno Silva
 

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