A derrota de "Soeharto" é uma questão de tempo


 
Desde a invasão de Timor-Leste, em 7 de Dezembro de 1975, pelos militares indonésios, que a Indonésia fechou o território aos estrangeiros. O território perdeu todo o contacto com o exterior, ficando completamente isolado, após a exterminação de cinco jornalistas estrangeiros (da Grã--Bretanha, Austrália e Nova Zelândia) em Balibo, no mês de Outubro de 1975. Outro jornalista australiano, Roger East, foi também assassinado. O seu único pecado foi assistir à tomada de Dili pela força militar Indonésia no dia 7 de Dezembro de 1975.

   As exterminações dos jornalistas estrangeiros tinham vários objectivos.

   Primeiro, fazer desaparecer os jornalistas e os seus filmes, como uma forma de apagar as provas do início da invasão.

   Segundo, bloquear completamente as informações sobre a invasão militar Indonésia e os acontecimentos em Timor-Leste.

   Terceiro, exterminar os jornalistas para evitar a divulgação sobre a continuação do processo da invasão militar para ocupar todo o território nacional. A Indonésia tinha como objectivo desenvolver enormes operações militares em todo o território nacional, de forma a tomá-lo o mais rapidamente possível. Era seu desejo ocupar Timor-Leste em apenas 24 horas.

   Quarto, possibilitar que as autoridades ocupacionistas arranjassem pretextos políticos para afirmar que o povo de Timor-Leste desejava a integração, como a farsa "Declaração de Balibo de 1975".

   Quinto, aniquilar todos os jornalistas estrangeiros e mobilizar a sua própria imprensa para fazer propaganda a seu favor, quer a nível nacional quer a nível internacional. A comunidade internacional, por querer ou sem querer, tem acreditado na propaganda da Indonésia, porque não havia, e não há, uma imprensa estrangeira em Timor-Leste para prestar informações objectivas sobre a verdadeira realidade. Mas países como os E.U.A., a Austrália e muitos outros, sabem muito bem a situação daquela colónia Portuguesa. Só que preferem assegurar os seus interesses estratégicos políticos, ideológicos e económicos, optando por acreditar hipocritamente nos pretextos e mentiras de Jacarta. Infelizmente, estes países que se auto-proclamam acérrimos defensores da democracia, da paz e dos direitos humanos, após a "guerra fria",  têm continuado a colocar os seus interesses económicos em primeiro plano. E ainda mais irónico, continuam a proteger e apoiar o ditador de Jacarta  tanto do ponto de vista político como militar, a exterminar o pequeno e indefeso povo de Timor-Leste. Porque este ditador disponibiliza grandes quantidades de matérias-primas baratas para os países acima referidos.

   O isolamento do território e as atitudes hipócritas destes países encorajaram os militares indonésios. Por isso, Jacarta sente-se muito segura e com toda a liberdade de actuar: perseguir, aprisionar, torturar, violar e exterminar o Povo Maubere. As exterminações em Dili (7 de Dezembro de 75),  bombardeamentos de 76-79  em todo o território nacional até às perseguições e prisões arbitrárias em massa, de 78-90, bombardeamentos em Matebian (fins de 78), deportação em massa da população para a ilha de Ataúro (80-83), e os massacres de Liasidi / Uatulari (78-79), de Taci Tolu (78-80), de Aitana (81), de Kraras (83), de Santa-Cruz (91), de Liquica (95) e outros em todo o território nacional não conseguiram tocar a coração da Comunidade Internacional. A situação em nada se alterou. Apenas o massacre de Santa-Cruz em 91 atingiu uma ressonância internacional e tocou o coração de certos países, mas depois de alguns meses caiu no esquecimento. Porque a Indonésia conseguiu convencer a Comunidade Internacional com a sua falsa Propaganda e Diplomacia persuasiva. Sobretudo, o silêncio e a hipocrisia surgem só por causa de uma questão meramente económica. Timor-Leste é uma tragédia, vítima da Guerra Colonial, vítima da hegemonia geo-estratégica-política, vítima de "phobi comunismo". Continuando, ainda hoje, vítima da ocupação estrangeira e da hegemonia económica.

   Um terço da população timorense foi morta num período de menos de cinco anos. Uma proporção que é maior quando comparada com as vítimas do ditador comunista Khemer Vermelho do Camboja - Pol Pot. Ao longo de 20 anos de ocupação, 300.000 timorenses já haviam sido mortos. Em percentagem, Timor-Leste ocupa o primeiro lugar quando comparado com todos os genocídios da Era Moderna. Actualmente, já não há nenhuma família timorense que não tenha perdido algum familiar ou amigo. Não estamos apenas perante a exterminação do Povo Maubere, mas também perante a destruição completa da cultura timorense. Um genocídio no seio das preocupações de todos os países defensores da paz, dos direitos humanos e das minorias. É uma ironia. Outro factor que tem contribuído para o genocídio do Povo Maubere tem sido o silêncio da imprensa e da Comunidade Internacional, embora nos últimos anos haja países cuja imprensa aborda a questão de Timor-Leste; no entanto essa abordagem é insuficiente quando a comparamos com as divulgações existentes sobre a questão Sérvia-Bósnia e Palestino-Israelita.

    Ao longo de uma década e meia a Comunidade Internacional e a população Indonésia esteve adormecida. Ninguém sabia o que acontecera em Timor-Leste. Só a partir de finais de 1991, com o massacre de Santa-Cruz, é que quase todos acordam do sonho. A Comunidade Internacional reagiu, mas devido a interesses económicos todos os países que se intitulam defensores dos direitos humanos voltaram a acreditar hipocritamente nas falsas explicações de Jacarta. Uma simbiose mútua no aspecto económico que se desenvolve acima do genocídio de uma nação.

   Louvamos a atitude da Irlanda, que embora fosse um país sem grande influência no meio dos outros poderosos países do Ocidente, tomou uma posição clara na defesa da questão de Timor-Leste, ao lado de Portugal e dos PALOPs.

   A guerra em Timor-Leste já dura 20 anos. A Indonésia não conseguiu derrotar a Resistência no período de 24 horas, como pretendia, com as suas arrogantes declarações no início da invasão. O Povo Maubere continua firme na sua luta e continua a aceitar a sua exterminação se necessária para a defesa da Pátria. “Pátria ou Morte” continua presente como a palavra de honra viva na consciência de cada Maubere na defesa dos seus direitos.

   O bloqueio da informação ao longo de 20 anos pelas autoridades indonésias constituiu por si só uma potencial "bomba". O direito do povo indonésio à informação não foi respeitado. Hoje, na Indonésia são já visíveis imensas acções que condenam e procuram alterar esta situação. Anteriormente todas as informações eram bloqueadas, e até as famílias das vítimas eram impedidas de obter quaisquer informações, como os próprios familiares dos soldados indonésios mortos ou feridos em território Timorense. Como reconheceu o reformado Tenente Coronel, Subyanto numa entrevista para a Rádio Netherland, secção Indonésia, no mês de Dezembro de 1995: "embora eles (soldados indonésios) tenham escapado, a maioria foi ferida, chegando alguns a ficar deficientes físicos. Na altura ficaram feridos, (...) foram isolados propositadamente pelo nosso Governo, mesmo quando foram transportados de avião para a Indonésia para receberem  tratamentos de urgência  no hospital, também não foi permitido às famílias visitá-los, o que significa que o seu isolamento continuou. Todos os militares (indonésios) em Timor-Leste que ainda se podem salvar, quer dizer que ainda se podem curar, quer os pés, quer as cabeças ou mãos, foram levados imediatamente para fora de Dili, logo, foram transportados para a Indonésia e foram afastados tanto dos seus irmãos como dos outros militares, que não deveriam saber. Os únicos que sabiam eram os seus comandantes; o local onde foram tratados só o comandante é que sabia". Não apenas escondiam as vítimas dos seus familiares, como também forneciam informações incorrectas. Como afirma a senhora Sudarmi, que desconhece o paradeiro do seu irmão que foi enviado para Timor-Leste, numa entrevista realizada pela fonte acima referida na “Java-Central: “(...) Na altura houve notícias incertas. Houve notícias de que ele se havia juntado à FRETILIN; houve também notícias de que fora torturado pela FRETILIN no mato. Foram apenas estas as notícias; e até agora não há verdadeiras notícias. Morreu como, se até agora ainda não tivesse sido descoberto?". Tudo isto prova que a invasão militar de Timor-Leste pela Indonésia não foi aceite pelo povo indonésio; por esta razão é que o governo escondeu as vítimas de guerra e nunca tornou público o número dos soldados indonésios que já foram mortos em Timor-Leste.

   Na realidade, já em 1983 os militares indonésios estavam convencidos de que não iriam ganhar a guerra em Timor-Leste militarmente, e muito menos politicamente, porque a invasão era contrária às normas internacionais e foi condenada pela ONU. Sob a direcção do Comandante-em-Chefe, Gen. M. Jusuf, as Forças Armadas da Indonésia e as Forças Armadas da Libertação Nacional de Timor-Leste (FALINTIL) chegaram a uma conclusão. As Forças Armadas da Indonésia não iriam aniquilar a guerrilha e as FALINTIL não iriam derrotar os militares indonésios. Por isso alcançaram o cessar-fogo e realizou-se um diálogo em Larigutu entre o Comandante Indonésio em Dili, Coronel Poerwanto e o Comandante-em-Chefe das FALINTIL, Xanana Gusmão. O Comandante, Xanana Gusmão, reivindicou o envolvimento da ONU nos diálogos, mas tal foi recusado pela Indonésia, porque na altura a linha moderada era em número reduzido. A linha dura substituiu o Gen. M. Jusuf pelo Gen. Beny Murdani e quebrou as conversações de paz. Mas para a Resistência era uma vitória mediática, porque aquele diálogo significava por um lado o reconhecimento da existência da Resistência, e por outro, durante o período do cessar-fogo a Resistência conseguiu organizar e preparar terreno para transferir a Resistência para as vilas ocupadas, e estabelecer contactos entre a Frente Armada, a Frente Clandestina e a Frente Diplomática.

   Na década de 80, as autoridades da Indonésia começaram a mudar a sua estratégia com o objectivo de reforçar a sua política diplomática para obter apoio internacional, e, por outro lado, para conquistar o coração do povo, especialmente a geração de 75. Por isso,  concentraram os estudantes timorenses em Bali, em diversas cidades de Java e ainda em outras províncias fora de Java. Deram bolsas de estudo aos estudantes com o objectivo de mostrar ao mundo que a Indonésia não ignora os timorenses, comparando-a com Portugal que durante 450 anos só formou 2 timorenses. E estavam convencidos de que estes estudantes após receberem a bolsa de estudo ficariam satisfeitos, e também estavam certos de que seriam estes mesmos estudantes que iriam convencer os seus pais e irmãos a esquecer a luta pela independência. E, depois de concluir os seus cursos, estes formados, iriam ser utilizados por Jacarta como instrumentos para convencer a ONU e a Comunidade Internacional para legitimar a anexação de Timor-Leste. Mas o que aconteceu foi  precisamente o contrário que Jacarta desejava. Foram estes estudantes que estabeleceram a rede internacional, construindo a ligação permanente entre a Frente Armada, a Frente Clandestina e a Frente Diplomática. Foram também as acções destes mesmos estudantes que tornaram a questão de Timor-Leste internacional, com os pedidos de asilo político de 86 e 89, e com várias petições dirigidas ao Secretário-Geral da ONU, Presidente dos Estados Unidos, Vaticano e Governo Português. E foram ainda estes mesmos estudantes que criaram a Resistência Nacional dos Estudantes de Timor-Leste (RENETIL) na Indonésia, como um dos pilares do Conselho Nacional da Resistência Maubere (CNRM), que se tornou conhecida como uma força vanguarda de estudantes que tem atacado o coração do regime de Jacarta, quer frontal, clandestina ou diplomaticamente. Sobretudo, todas as acções políticas da Frente Armada e Clandestina em Timor-Leste e na Indonésia que tiveram sucesso mediático são fruto de um bom Comando da Luta, sob a liderança do lendário Comandante Xanana Gusmão e outros comandantes e combatentes nas montanhas de Timor-Leste. Foram eles que organizaram e efectivaram a Resistência em toda a parte, graças às suas capacidades intelectuais e  experiências. Mas o papel dos estudantes na Resistência também embaraçou o regime de Jacarta. Até o Gen. Sintong Panjaitam, o Comandante, que foi expulso após o massacre de Santa-Cruz, reconheceu duma forma "talvez" exagerada: "as decisões políticas da Resistência não são tomadas nas matas, mas sim, na Indonésia, em Bali."  Independentemente desta afirmação ser verdadeira ou não, o que é certo é que o papel dos estudantes não só estimularam os jovens timorenses na luta pela defesa da Pátria ocupada, mas como encorajaram também os jovens e intelectuais indonésios a seguir o mesmo caminho na luta contra o ditador Soeharto.

   Um dos programas concretos da RENETIL que tem sido implementado de forma efectiva é a "Indonesiação" da questão de Timor-Leste. O objectivo deste programa é transferir a luta de Timor-Leste para a Indonésia. Porque como todos sabem, por um lado Timor-Leste é um país pequeno e sem fronteiras com outros países, excepto com a própria Indonésia e, por outro, é muito difícil derrotar a Indonésia sozinho. Também sabemos muito bem que a Indonésia é um país que é uma potência na Ásia e é muito difícil que seja  derrotado pela Resistência. Ao longo de 20 anos de Resistência nenhum país apoiou Timor-Leste materialmente. O único País que suportou directa e indirectamente materiais e outras infra-estruturas foi a própria Indonésia, embora a Resistência tenha conseguido obter os materiais através de duras batalhas.  Hoje a Resistência não obtém apenas os materiais obtidos pela mão militar da Indonésia, mas conta também  com várias forças de apoio da própria Indonésia.

    As ocupações das embaixadas da Rússia e Holanda no dia 7 de Dezembro de 1995, pelos jovens e estudantes indonésios, são fruto de uma campanha de 8 anos, ou seja, o fruto do referido programa da "Indonesiação da questão de Timor-Leste".

   Anteriormente resistíamos à Indonésia com o conceito "tacticamente somos amigos e estrategicamente somos adversários". Desta forma é que tem sido possível resistir ao lado das autoridades indonésias por um lado e, por outro, obter os meios necessários para apoiar a Resistência Armada e Clandestina. Mas hoje temos outro conceito; isto é, "todos os povos e os democratas são irmãos"; por isso é que hoje lutamos juntos com os democratas da Indonésia e com o apoio dos democratas internacionais.  Estamos convictos de que com uma boa cooperação formal ou informal entre os democratas (os defensores dos direitos humanos) da Indonésia e a Resistência, mais cedo ou mais tarde se irá derrotar o regime ditatorial de Jacarta. A História já provou isso. Os EUA foram derrotados no Vietname não só pela Resistência dos Vietnamitas, mas também pela sua própria força, - o seu próprio povo - foi portanto uma operação militar "boomerang", porque não foi o povo americano que quis nem aceitou a guerra dos EUA no Vietname, mas foi o próprio Governo que pretendia implementar a teoria do "dominó", do presidente americano Johnson. O povo americano revoltou-se contra o seu Governo, porque muitos dos seus filhos foram mortos no Vietname numa guerra injusta. Estamos convictos de que o Governo ditador e militarista de Jacarta vai seguir também o mesmo caminho. Porque a invasão militar Indonésia de Timor-Leste não foi aceite pelo povo Indonésio, por um lado e, por outro, este mesmo povo continua a viver sob a repressão do regime militarista de Soeharto. Vinte anos de Resistência e 20 anos de exterminação em Timor-Leste também consciencializaram o povo indonésio de que não foi o Povo Maubere que desejou a integração, mas sim a ambição territorial de certos generais indonésios.

   Nos últimos anos cresce um clima favorável à Resistência no coração da Indonésia. Porque não é só o Povo Maubere que tem sido colonizado pelo regime militarista de Jacarta mas também o próprio povo indonésio. Hoje o povo indonésio ainda não reagiu frontalmente em grande escala contra o regime de Jacarta, porque não só não está bem informado sobre os soldados indonésios que já foram mortos em Timor-Leste, como também Soeharto ainda controla efectivamente os muçulmanos fundamentalistas e certos generais e militares. Mas, a verdade é que hoje não só os intelectuais indonésios é que se preocupam com a questão de Timor-Leste, mas igualmente certos militares. O Tenente Coronel Subyanto, embora um militar reformado, tem a coragem de falar sobre a questão de Timor-Leste, o que prova que a situação interna da Indonésia já não é estável como nos anos de 70-80. Numa entrevista na rádio Netherland no mês de Dezembro passado em Java-Leste, Subyanto afirmou: "Segundo a minha opinião a Indonésia apropriou-se do poder do Povo de Timor-Leste, porque na altura Timor-Leste já havia proclamado a sua independência". Também falou sobre a morte dos militares indonésios em Timor-Leste. Afirmou Subyanto: "desde o início da invasão e da agressão militar até agora, a verdade é que não se pode dizer que foram 1.000 ou 2.000, mas provavelmente mais de 5.000 ou 10.000 pessoas. Porque houve um  aniquilamento sucessivo de companhias indonésias enviadas para Timor."

   Isto surge como um novo fenómeno na indonésio ditador Soeharto também já se sente inseguro. Já não há mais cadeados efectivos para fechar as bocas do povo indonésio, tendo até heroicamente alguns indonésios saído dos "rebanhos" e descido ás ruas a gritar pela libertação de Timor-Leste e a democratização da Indonésia. As ocupações das embaixadas da Rússia e Holanda nos finais de 95 e que estiveram na base disto; mesmo que esta acção não tenha alcançado o máximo sucesso, ela é a prova de um bom início.
O bloqueio de informações pelo regime ditatorial de Jacarta deu origem a uma tensão global. Os núcleos dessa mesma tensão são o próprio povo indonésio; e esta tensão está em vias de "explodir". Actualmente há organizações como a PRD (União Democrática Popular), SIMID (Solidariedade dos Estudantes para a Democracia)  e SPRIM (Solidariedade da Luta do Povo Indonésio para Maubere) são as principais responsáveis pela referida tensão e pelo processo de oposição ao regime de Jacarta. Foram estas organizações que cooperaram com o CNRM e a RENETIL na organização e na ocupação das Embaixadas da Rússia e da Holanda no dia 7 de Dezembro do ano passado. Também estamos convictos de que alguns generais activos e não activos condenam o regime de Jacarta; porque os generais indonésios já não participam nas tomadas de decisão como nos anos de 75-80, excepto Soeharto. Isto mostra que Soeharto já não confia nos outros generais; até o seu cunhado, General Aries Munandar, que havia sido preparado para substituir o Gen. Feijal Tandjung, foi pontapeado por Soeharto.

   A ambição territorial uniu os generais e a ambição de poder separou-os. A questão de Timor-Leste tornou-se o campo de livre jogo entre Soeharto e outros generais sob a condução do Gen. Beny Murdani. Quem irá sair vitorioso no livre jogo depende totalmente da situação interna indonésia e das influências externas. A verdade é que quem adere ao povo é que irá sair vitorioso. E a vitória está ao lado dos democratas indonésios e do Povo Maubere. Hoje o regime ditatorial de Soeharto ainda continua a resistir, o que apenas prolonga a sua derrota, devido à situação que ele mesmo construiu.
 

Carlos da Silva Lopes
Resp. Principal da Delegação Geral Autónoma da RENETIL — Resistência Nacional dos Estudantes de Timor Leste — no Exterior